Do Espetáculo

TRAILER


APRESENTAÇÃO


      Yi Ocre, representativo em vários sentidos, dentro de sua ideia performática no território da Dança Contemporânea, aborda questões existenciais, as quais a sociedade pouco reflete e ironicamente se desafia a evitar - Somos química ou matemática? Viemos do chão? Sobrevivemos? Voltaremos ao chão? - sua proposta claramente tem o propósito de impactar desde o som, com sua visualidade, cenografia e os corpos em conexão que nos transportam a olhar com profundidade e sentir todo o conjunto da obra. Yi Ocre vem também com complemento de coisas, como nós seres possíveis, existentes,  imprescindivelmente que vivem no chão, dentro do universo que flutua ao nada - essas transposições, reflexões, são abordadas e nem sempre são solúveis  a qualquer  espectador,  por seu  peso,  mais  transcrevem a nossa  conexão, com tudo ao nosso arredor em separação com o divino, um lado que não é terra e o nosso outro lado que é terra que não reconhecemos como parte de nós. O espetáculo apresenta tais contrastes que motivaram a pesquisa de movimento, buscando concretizar toda a expressividade, traduzidos como uma catarse, com rupturas concebidas diante dessa união, com questões autóctones, que nos permitem ultrapassar os limites do pensamento da relação e comportamento das pessoas com o meio natural e da singularidade artística da dança apresentada por cada intérprete com as possibilidades dos movimentos do corpo suporte.

JUSTIFICATIVA

“Yi”- termo Saterê Mawe que significa Terra, em sua pronuncia é som que sai de dentro como ar expulso do pulmão, que contrai o diafragma – respiração do corpo/poeira/terra/vida - relação som/sopro como na criação do universo em partículas/poeira. Respiração, o ar entrando nos pulmões pela primeira vez. “Ocre” - cor do barro, a cor predominante dos solos argilosos amazônicos resultante de processos químicos, como a oxidação, processo que acontece nos seres vivos. Yi Ocre é a relação do homem e a terra: homem amazônico que nascido ou adotado nesse lugar camuflando-se nesse ambiente material/espiritual como num êxtase, uma simbiose, como em um ritual, de sensações diversas que ao mesmo tempo em que admira, despreza.







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